Por Isabela Barros
Com vocês, o ponto de comércio popular mais famoso e amado no Brasil. Para celebrar os 155 anos da rua da variedade e da pechincha, listamos 25 bons motivos para se jogar nas compras e aproveitar as ótimas oportunidades que o endereço oferece. Divirta-se!
1: É a rua do país que reúne mais apaixonados por descontos
Verdade seja dita: tem muita gente que reclama do burburinho, da quantidade de pessoas circulando com sacolas, daquela confusão. Se formos observar com calma, no entanto, tem muito mais gente que ama a 25 e encontra, naquele pedaço do Centro de São Paulo, uma fonte de ótimas memórias. “Frequento a rua há 50 anos, sou um apaixonado”, diz o presidente da Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras (APECC), Ademir Antônio de Moraes.
2: As lojas ficam mais bonitas a cada dia
Olhe com atenção as fachadas das lojas na próxima vez que for à 25. Você vai notar que, aos poucos, o endereço fica mais bonito. “Há uma tendência de as empresas capricharem mais na decoração”, explica Moraes.
3: Tem até loja com luz cor-de-rosa
Muito se fala no investimento na experiência de compra, em atrair os consumidores a partir de elementos variados. Pois na 25 de Março tem até loja com iluminação cor-de-rosa. Na Menina Mimada, no número 920 da rua, a luz nesse tom chama a atenção de quem passa. “É engraçado como as mulheres passam, olham e voltam”, diz o supervisor da empresa, Flavio Cazarine.
A Menina Mimada vende capas e acessórios para celular.
4: Os preços são bons
Dificilmente algum produto vai custar mais caro na 25 do que você pagaria em outras regiões da cidade. A diferença de preço, muitas vezes, chega a 60%. Ou mais.
A fama de endereço da pechincha é antiga. “Desde a sua origem a área ficou conhecida como um local de oportunidades”, explica o professor doutor e autor do livro Mascates e Sacoleiros, sobre a história da via, Lineu Francisco de Oliveira. E tem mais: as enchentes recorrentes na região levavam, com frequência, os comerciantes a liquidarem seus estoques cobrando muito pouco. “As liquidações se mantiveram por muito tempo e contribuíram para o barateamento das mercadorias”.
5: Os vendedores são consultores de compras
Vendedora da Fashion Make Up, Larissa de Oliveira está há dois anos na empresa. Antes, trabalhava numa farmácia nos Jardins. Além de ganhar mais, ela diz que tem a oportunidade de interagir mais com a clientela. “Dou dicas do que usar”, diz.
Ela lembra com carinho de uma senhora de 65 anos que foi à loja sem qualquer informação sobre maquiagem. “Ao final, ela fez uma compra grande, levou até pincéis e base”, diz.
6: Os vendedores são experts na arte de ouvir
Gerente da principal loja da rede Armarinhos Fernando, aquela localizada no número 864 da 25, Ondamar Ferreira entrou na empresa há 32 anos, como office boy. Ele conta que todos os dias passam, naquela unidade, 9 mil pessoas.
Tendo que lidar com tanta gente, Ferreira se transformou num mediador de conflitos, um expert na arte de ouvir. “Queremos tranquilidade na loja”, diz. “Por isso sempre me aproximo para conversar. As pessoas só querem ser ouvidas”, conta.
7: Sobra simpatia e carinho entre vendedores e clientes
Na M. Camicado, é tão próxima a relação entre clientes e vendedores que, todos os dias, os funcionários da rede recebem fotos de festas. “As pessoas ficam tão felizes com a decoração de seus eventos, muitas vezes organizados com as nossas dicas, que mandam os registros depois”, conta Figueiredo.
8: Você pode aproveitar os preços baixos no atacado
Se você é empresário, sabe que os preços de atacado da 25 são muito bons. Por essa razão, o casal Andressa Vasconcellos e Jonas Sousa vem à rua todas as semanas alimentar o estoque de sua loja de cosméticos em São Bernardo do Campo. “É o melhor lugar para comprar”, diz Andressa. “Conhecemos todo mundo”, afirma Sousa.
9: As lojas pautam a indústria
As lojas da região da 25 têm o poder de pautar a indústria, de pedir que sejam produzidos determinados itens. Gerente da M. Camicado no número 133 da Barão de Duprat, Eduardo Figueiredo explica que é isso que ele faz sempre que os clientes pedem artigos que estão indisponíveis.
Assim foi feito, no final de 2019, com uma linha de artigos para festa na linha neon. Desse modo, a M. Camicado ficou devidamente abastecida de bandejas, pratos, copos e talheres de plástico em cores como pink e verde neon.
10: É o endereço com mais opções de acessórios para renovar o celular
Apaixonada por celular, a auxiliar de logística Cleusiane Almeida vai à 25 uma vez a cada três meses só para comprar capas novas para o aparelho. “Em nenhum lugar há tanta variedade”, conta.
11: Dá para presentear seus filhos com brinquedos a preços ótimos
Do clássico pintinho amarelinho que pula por pouco mais de R$ 2 até as versões mais completas de bonecas e carros por valores acima de R$ 300, sobra variedade na hora de presentear as crianças.
12: Dá para presentear seus filhos com objetos que estimulam a imaginação
Experimente levar para a casa um daqueles cubos pequenos, com luz de led, usados para decorar copos transparentes na balada. Com preços em torno de R$ 2,50 nas lojas de artigos para festas, vão deixar seus filhos fascinados. Colares e copos também fazem sucesso .
13: É o melhor lugar para comprar fantasias
Chapéus, máscaras, colares, óculos, fantasias. É o melhor lugar para comprar itens do tipo em São Paulo.
Frequentadoras da 25 justamente quando precisam se preparar para o Carnaval, as estudantes Camila Lie e Gabriela Claes se divertem ao escolher artigos cheios de glitter. “A variedade é sem comparação”, diz Camila. “E o preço também”, completa Gabriela.
14: Na 25, é possível comprar acessórios de decoração para qualquer festa
Pode ser o seu chá de cozinha, casamento, chá de bebê, aniversário dos filhos. Do Natal ao halloween, nas lojas da 25 é possível encontrar todos os copos, forminhas para doces, guardanapos, pratos, talheres e lembranças.
15: Há bijuterias de todos os tipos e preços
É a maior concentração de bijuterias no comércio de São Paulo. Por menos de R$ 10, é possível comprar brincos e acessórios.
16: É ótimo comprar itens de papelaria na região
Além das lojas tradicionais, onde há muita variedade e preços camaradas, a rua agora tem papelarias que vendem itens mais sofisticados, longe do lugar comum. Se quiser comprar um bloco de anotações pink de lantejoulas, por exemplo, pode ir na 25 que tem.
17: Dá para renovar o visual da casa
Cansado de todas aquelas toalhas e lençóis usados há anos? É só seguir para a 25. Será fácil adquirir peças novas para qualquer cômodo.
18: A gastronomia árabe
Herança dos pioneiros, a região tem excelentes restaurantes de comida árabe. Na Comendador Abdo Schahin, paralela à 25, há várias casas.
Se quiser uma opção menos óbvia, vá ao Monte Líbano Gastronomia Árabe. Localizada num prédio no número 38 da Cavaleiro Basílio Jafet, no primeiro andar, a casa serve pratos da gastronomia árabe clássica.
19: A rua é cheia de clientes internacionais
Quer treinar espanhol? Ou quem sabe o inglês? Prefere mandarim? Seja qual for o idioma, basta ir até a 25 para praticar. Segundo Moraes, a via atrai compradores principalmente da Argentina, Paraguai e Angola.
20: O Mercadão fica ali do lado
Aproveite a ida ao Centro para visitar o Mercadão. Passeie pelos boxes, prove muitas frutas frescas, almoce num dos restaurantes do mezanino.
21: A região tem uma história de trabalho e pioneirismo
A mais famosa rua de comércio do país recebeu o seu atual nome em 1865, numa homenagem ao dia em que o Imperador Dom Pedro I outorgou a primeira Constituição do Brasil: 25 de março de 1824.
Oliveira explica que a 25 surgiu numa área de porto, de onde partiam produtos variados pelos rios Tamanduateí e Anhangabaú. Foram os comerciantes de origem árabe, principalmente síria e libanesa, os responsáveis pela consolidação do trecho como um pólo comercial forte.
22: Esse caminho de sucesso continua com empresários de outras origens
Segundo Oliveira, atualmente imigrantes de origem chinesa, coreana e armênia reforçam o time de empreendedores da 25.
Representante chinês da nova leva de empreendedores da região, Gabriel Zhang tem um box de eletrônicos na Galeria Korai, no número 225 da Barão de Duprat. Com 26 anos, ele vive há oito no Brasil. A decisão de deixar a terra da Grande Muralha foi tomada com o apoio de um primo que já trabalhava em São Paulo. “Estou satisfeito”, diz. Planos de voltar? “Sim, mas só quando estiver com 60 anos”.
23: Há muitas tramas que poderiam estar no cinema
Se você gosta de se inspirar em pessoas que deram uma guinada na vida daquelas dignas de filme, apenas puxe conversa com quem estiver atrás do balcão.
Se estiver na Fashion Make Up, de maquiagem e cosméticos, com dois pontos na Carlos de Nazaré, nos números 241 e 287, essa pessoa será o empresário chinês Michel Ye, proprietário da empresa.
Há 26 anos no país, onde chegou para trabalhar como “sacoleiro”, com 16 anos, ele se orgulha das suas duas lojas, nas quais há fila para entrar nos dias de mais movimento. “Sempre tem espera”, explica.
24: O Adoniran Barbosa já trabalhou como atendente na 25
Compositor de clássicos como Trem das Onze e Saudosa Maloca, Adoniran Barbosa já trabalhou como atendente na 25. Foi demitido por batucar no balcão.
25: É uma rua feita de sonhos e esperança
O africano Patricki Savuwasayu é um daqueles homens que sorriem o tempo todo, trazendo no rosto uma expressão leve. Auxiliar de limpeza na Galeria Korai, ele diz que “tá de boa” morando no Brasil, para onde se mudou há quatro anos. E que “nada é ruim em seu trabalho”.
Ao seu lado na manutenção da galeria, as haitianas Loudemy Boisrond e Salene Joseph engrossam o coro. Moradoras da capital paulista há, respectivamente, um ano e nove meses e dois anos, as amigas são só esperança diante do futuro. “Não tenho problemas”, diz Loudemy. “Sei que vou fazer a minha vida aqui”, afirma Salene.
De fato, Salene, a rua está cheia de boas oportunidades. E vida para viver.