Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O governador de São Paulo, João Doria, estendeu a quarentena no estado até 31 de maio. O anúncio foi feito na semana passada, em uma coletiva realizada no Palácio do Planalto. A decisão provocou frustração entre os lojistas de shoppings e do comércio de rua, que esperavam a retomada a partir da última segunda-feira (11/5). Os líderes desses dois segmentos disseram que o varejo vai respeitar as medidas, mas esperavam mais equilíbrio entre a saúde e a economia na decisão de retomada das atividades. Além disso, cobram compensações para enfrentar as perdas provocadas pelo prolongamento da quarentena.
Para Alfredo Cotait, presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, a decisão do governo provocou um desânimo no setor. “Para a região metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, não havia condições de fazer a flexibilização, mas para cidades onde a incidência da doença é menor, sim.” Ele representa 420 associações comerciais espalhadas pelo Estado de São Paulo. “Mas vamos aceitar e respeitar o decreto”, disse.
No entanto, cobrou compensações para atenuar os impactos negativos de falta de faturamento do setor, que é um grande empregador. “Como vamos conseguir sobreviver nesse período?”, questionou. Ele acredita que o governo deveria criar contrapartida. Sugeriu que fosse instituído um fundo com recursos de empresas o comércio essencial para bancar as empresas as varejistas do segmento não essência que continuam de portas fechadas. “Um tem que ajudar ao outro, o problema é muito maior.”
O secretário estadual da Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, disse que 73% da perda do Produto Interno Bruto (PIB) que o estado vem sofrendo tem sido afetado apenas pela pandemia do novo coronavírus, e não pela decretação de quarentena. Já o restante, 27% da perda do PIB, tem sido prejudicado conjuntamente pela pandemia e também pela decretação da quarentena no estado.
Embora as cidades do interior pressionem para ceder as medidas de contenção, na capital a tendência é de endurecimento. Ontem começou na cidade um megarrodízio que tirará das ruas metade da frota de SP. A ação faz parte de um novo conjunto de medidas mais restritivas estabelecido na capital paulista. Também faz parte do pacote a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção para qualquer um que saia às ruas e dentro de estabelecimentos que continuam abertos e repartições públicas.
A partir de agora, veículos com placa de final par (0, 2, 4, 6, 8) poderão circular somente em dias pares. Nos dias ímpares, poderão circular carros com placa de final ímpar (as demais). Profissionais de saúde serão excluídos da determinação. Quem já tinha isenção no modelo anterior, como motociclistas, taxistas e pessoas com deficiência, continuarão isentos.