Por Isabela Barros
“Mamãe, escreve um texto sobre os gelinhos que brilham?”. Fiquei surpresa com o pedido do Joaquim, meu filho mais velho, de cinco anos. Ele sabe que sou jornalista e escrevo a maior parte dos textos da revista da Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras (APECC) e quis contribuir com uma ideia de pauta. Achei uma graça, principalmente porque colocar essa crônica no papel já estava nos meus planos. Sintonia nossa.
Os gelinhos brilhantes? São aqueles cubos de plástico com LED dentro, que brilham quando colocados na água, muito usados para decorar os copos com drinques nas festas. Comprei vários para o meu menino nas lojas da 25 de Março, quando fui fazer as entrevistas para as reportagens da revista, para que ele brincasse livremente.
Para a minha pequena, Maria Teresa, de dois anos, trouxe saias de tule, daquelas de bailarina, que a fazem sorrir e rodopiar pela sala, pelo quarto, pela porta de casa, pela escola, pela vida. Coisa mais bonita que existe ver uma menininha dançar para lá e para cá.
As mães são protagonistas nas ruas do Circuito de Compras. Seja do lado de dentro ou do lado de fora do balcão, mulheres com filhos enchem de alma, de vida, de amor as lojas da 25 de Março, da José Paulino, no Bom Retiro, da Oriente, no Brás, e da Galvão Bueno, na Liberdade, entre tantos outros endereços.
São mães que, juntas, enchem tantas casas de roupas, lençóis, toalhas, almofadas, fantasias, adereços, laços, cadernos, lápis, tintas, brinquedos. Um ciclo de afeto que aquece a economia da maior cidade do Brasil. E o coração de quem é infinitamente capaz de amar. Corações que não conhecem portas fechadas. Não há pandemia que tire da gente a vontade de distribuir afeto e deixar, nas nossas crianças, memórias de carinho.
Por falar em carinho, em janeiro de 2019 levei Joaquim para conhecer a 25 de Março. Ele tinha quatro anos na época. Sou uma alagoana apaixonada pela região e quero que ele, que é paulistano, ame aquele pedaço da sua cidade também.
Fizemos compras, almoçamos kibe e ainda esticamos a caminhada até a Florêncio de Abreu, para que ele pudesse “escolher ferramentas”. Ficou impressionado com a quantidade de gente nas calçadas, com o colorido, quis entrar em mil lojas. Voltou para casa realizado, colado comigo, no metrô.
Sim, ele se apaixonou. E esse encantamento só fez aumentar a minha paixão. Logo voltaremos à 25, Jojo. Eu, você, a Maria Teresa e tantas outras mães e filhos. Vamos todos comprar adereços, lembrancinhas, forminhas para aniversários, tiaras de unicórnio, máscaras, colares, máquinas de fazer bolha de sabão. E a vida há de ser melhor, mais amorosa e mais bonita para nós todos. Cheia de brilho, como os cubinhos de gelo de LED e as saias de bailarina que a mamãe comprou para você e para a sua irmã na rua de comércio mais amada do Brasil.