Após dois anos de pandemia e uma drástica mudança no cenário econômico mundial, o Brasil alcançou um recorde de abertura de novos negócios em um ano. Segundo o “Mapa de Empresas”, publicado pelo Ministério da Economia, mais de 4 milhões de companhias foram criadas no ano passado.

É o maior número desde que o indicador começou a ser medido, em 1931. Trata-se de um crescimento de 20% (670 mil novas empresas), em relação a 2020.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, explica que “Por esses números, parece que o Brasil virou um celeiro de empreendedores”. Contudo, isso seria um resultado direto da falta de vagas formais no mercado de trabalho.

Esse “empreendedorismo de necessidade” é a solução encontrada por pessoas que procuram gerar renda, sendo que em um levantamento da SERASA, com números similares ao do governo, a maioria dessas novas companhias abertas é de uma única pessoa ou, no máximo, com mais um funcionário.

Por exemplo, de cada dez empresas que surgiram em 2021, quase oito foram Microempreendedores Individuais (MEIs). Com limite de faturamento anual de R$ 81 mil, eles foram responsáveis por 3,2 milhões de novos CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) no ano passado, aponta a Serasa.

No ranking dos setores que mais ingressaram no mercado no ano passado, o de alimentação ficou em primeiro (com 8,7% de participação). Na sequência aparecem as empresas de reparos e manutenção de prédios e instalações elétricas (5,9%) e comércio de confecções (5,8%) e serviços de beleza (5%). Somados, tais setores responderam por um quarto das empresas abertas.

“Os setores que lideram são sempre os mesmos: serviços de baixíssima complexidade, nos quais os prestadores não precisam ter diploma para executar”, resume Rabi.

Como é comum no Brasil, no ano passado o número de empresas fechadas foi menor do que o de empresas abertas. O Ministério da Economia identificou que 1,41 milhão de companhias deixaram de funcionar em 2021, um crescimento de 35% em comparação com 2020. Com isso, o saldo de 2,6 milhões de novas empresas abertas em 2021 estabelece novo recorde da série histórica.

* Com informações de Agência Brasil

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